domingo, 20 de setembro de 2009
Jean-Baptiste de Lamarck
Jean-Baptiste-Pierre-Antoine de Monet, chevalier de Lamarck, nasceu em Bazentin-le-Petit, Picardia, em 1º de agosto de 1744. Descendente de família nobre, mas de poucos recursos, ficou órfão aos 17 anos. Em Paris, dedicou-se à literatura.
Foi nesse ambiente que lhe veio o gosto pelas ciências naturais. Tornou-se amigo do botânico Augustin Pyrame de Candolle e em 1778 publicou o livro Flore française, destinado a facilitar a identificação prática das plantas de seu país. Bem recebida, essa obra lhe valeu a admiração e proteção do conde Georges de Buffon, que o indicou para a Academia das Ciências, possibilitou-lhe a realização de diversas viagens e conseguiu-lhe um lugar de botânico no Jardin du Roi (depois Jardin des Plantes), que ocupou até 1793. Nessa data, embora botânico, foi nomeado para a cátedra de zoologia dos invertebrados no Museu Nacional de História Natural.
Dedicou-se então à taxionomia e firmou alguns pontos importantes, como a retirada dos aracnídeos e crustáceos da classe dos insetos. Também iniciou uma triagem na classe dos vermes, de Lineu, e nos equinodermos. Foi levado a procurar um sistema natural de classificação e a abandonar o princípio da fixidez das espécies, em franca oposição aos ditadores da ciência francesa da época, Georges Cuvier e Buffon. Seus conceitos sobre a continuidade da matéria viva levaram-no a considerar em conjunto o estudo dos princípios básicos dos organismos, em um campo da ciência que denominou biologia. Cedo reconheceu a existência da variação dentro das espécies, que explicou como decorrente da ação do meio ambiente sobre os organismos.
Lamarck admitiu uma ação mais direta sobre as plantas e animais inferiores. Sobre os demais, onde o sistema nervoso se apresenta complexo, considerou a vontade (sentiment intérieur) e a inteligência como os principais fatores adaptativos, sobre os quais o meio agiria através das necessidades que determinaria e das reações suscitadas por tais necessidades.
Explicava, desse modo, o comprimento do pescoço da girafa como resultante de uma imposição do meio: a necessidade de alcançar folhas dos galhos mais altos das árvores teria provocado o desenvolvimento da região gular, pela ação da vontade. A base da argumentação de Lamarck é a suposição de que as modificações somáticas (que não distinguia das genéticas) de um organismo seriam hereditárias.
Foi também o primeiro a afirmar que a evolução é regida por leis e o primeiro a enunciá-las.
De 1800 a 1806, nas aulas inaugurais dos cursos que ministrava no Museu de Paris, expôs suas idéias, que publicou em 1809 em Philosophie zoologique (Filosofia zoológica) e desenvolveu na Histoire naturelle des animaux sans vertèbres (História natural dos animais invertebrados), publicada entre 1815 e 1822. Ao contrário de Buffon, mostrou que um sistema ideal de classificação deve-se basear na anatomia comparada e na filogenia do grupo tratado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário